sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Revoulução das 13 colônias

”Retrospecto da Revolução Norte-Americana”

Como forma de nos situarmos no tempo podemos marcar o início da Revolução Norte-Americana no ano de 1775 na Batalha de Lexington, ou 1776 com a Declaração da Independência, mas é difícil que se ache uma data que determine o seu fim. A Revolução Norte-Americana não pode ser reduzida a acontecimentos distintos como: a Guerra de Independência, ou a criação de uma Constituição Nacional, mas podemos afirmar que esses processos se desencadearam dentro da própria revolução. As mudanças políticas e sociais nas 13 colônias geradas pela revolução mostrariam para o mundo um novo método de se governar e organizar-se politicamente. E posteriormente seus ideais libertários baseados na Filosofia Iluminista, seriam utilizados na Revolução Francesa e no processo de libertação das colônias Ibéricas. Porém devemos considerar o fato, de que a Revolução Norte-Americana, trouxe a liberdade a América do Norte, mas não podemos esquecer que a revolução não atingiria a todos os Norte-Americanos.
“A perspectiva Britânica”
O ato de os colonos se armarem para enfrentar o “Seu Rei”, que fazia parte de uma monarquia-hereditária inglesa, que até aquele momento foi o único movimento contra uma metrópole na história moderna pode ter deixado os Britânicos surpresos. Eles não conseguiam entender o porquê de tanta revolta? Pois, para os ingleses as leis eram um direito da metrópole, enquanto cabia a colônia aceita-los sem questionamentos. Na visão da metrópole (Inglaterra) os Norte-Americanos eram sonegadores pelo fato de se negarem a pagar impostos pelos quais eles não tiveram participação política na criação dos mesmos, visto que os impostos aprovados pelo Parlamento Inglês e aplicados nas colônias, já faziam parte do cotidiano inglês sem contestação alguma. Dentre outros motivos, que levariam a Inglaterra a aplicar novos impostos aos colonos é que os Britânicos saíram abalados financeiramente da Guerra dos sete anos contra a França, e ainda a mesma guerra mostraria aos Britânicos a necessidade de se manter um exercito permanente em suas colônias para protegê-las contra invasões externas, e também para reprimir rebeliões internas. E que o dinheiro arrecadado seria utilizado para a manutenção deste exército.
Em razão disso podemos considerar que os ingleses tinham argumentos para defender a sua posição contra os revoltosos Norte-Americanos. Mesmo assim os colonos não aceitaram os argumentos dos Britânicos sonegando ou ignorando todas as leis criadas pelos ingleses uma após a outra, tendo como argumento de defesa que uma lei que foi criada sem a aprovação dos colonos, que reivindicavam uma cadeira no Parlamento Inglês, o que para os ingleses era inaceitável.
E devido ao fracasso de suas ações a Inglaterra se volta militarmente contra as 13 colônias Norte-Americanas. Mas o desconhecimento da política interna dos Norte-Americanos levou a Inglaterra a subestimar o poder de mobilização das colônias.
“A perspectiva Norte-Americana”
Para entendermos a visão dos Norte-Americanos no seu movimento de independência, é preciso que se entenda o seu processo de colonização. É consenso entre a maioria dos historiadores que as 13 colônias gozavam de certa liberdade política, econômica e ideológica durante a sua colonização e que a Inglaterra não teria ainda interesse por elas. E estava mais preocupada com os seus problemas. Com isso formou-se 13 colônias, praticamente autônomas, fortalecidas pelo livre comercio entre elas e inclusive exportações, diferente do que aconteceu nas Colônias Ibéricas.
Somente após a vitória da Inglaterra na Guerra dos sete anos (1756-1763) é que os britânicos voltam as suas ações para as colônias. Mas porque só após tanto tempo os ingleses decidiram reivindicar o seu direito de metrópole sobre as suas colônias Norte-Americanas? Impondo a eles uma série de impostos e aumentando a repressão sobre as práticas de contrabando, que acabou por gerar um descontentamento geral entre os colonos? Porque a Inglaterra ganhara a guerra dos sete anos e como prêmio recebera a notícia de uma economia abalada.
Porém os Norte-Americanos foram buscar nos ideais Iluministas do velho mundo e na Constituição da Inglaterra (“nenhuma lei, da qual eles não tiverem participação na sua criação e aprovação, tem validade jurídica”) ferramentas para alimentar a sua revolução e combater a “tirania britânica”. Claro que devemos saber que não era toda a nação que tinha o conhecimento destas idéias, somente os membros de uma classe privilegiada teria o domínio das Filosofias Iluministas, e que em certos momentos houve que achasse perigoso “armar” o povo com estas filosofias, pois poderiam prejudicá-los num momento futuro. Porém os Norte-Americanos não tiveram escolha, pois estava em jogo a sua liberdade.
Assim os ideais Iluministas seriam espalhados pelas 13 colônias por meio de panfletagem, e o mais famoso deles seria o “Senso Comum” de Thomas Paine, que defendiam o “respeito aos direitos naturais do ser humano”, “a inviolabilidade do contrato social” e o “direito de rebelião contra a tirania”.
É importante sabermos que não fica claro se os N. Americanos teriam como meta a ruptura com a metrópole, acho mais palpável acreditar que os colonos apenas não estavam contentes com as atitudes do Parlamento e da Coroa Britânica, que eram considerados pelos colonos como de tirania. Os colonos enxergavam o Parlamento e a Coroa como corruptos e direcionados a escravizá-los. Os N. Americanos naquele momento não se enxergavam como colonos, mas sim como ingleses e súditos do rei.
Outro fator que cabe ressaltar é de que os N. Americanos mantinham em suas colônias um número considerável de escravos. Esta relação com seus escravos acabariam por amedrontar ainda mais os colonos N. Americanos que se viam como fortes candidatos a serem reduzidos a escravidão e isso reforçava a frase “Dêe-me a liberdade ou dêe-me a morte, ou seja, é preferível morrer, a viver como escravo.
“A guerra da Independência”
Para nos localizarmos no tempo podemos considerar o período da Guerra de Independência Norte Americana teve o seu início em 1775(batalha de lexington) e seu término em 1783 com o Tratado de Paris. Após diversas tentativas de taxar produtos em suas colônias, sem sucesso, os ingleses se viram obrigados a intervir militarmente na revolta. Uma guerra que começaria entre ingleses contra ingleses e depois passaria a ser uma guerra de N. Americanos contra ingleses. Uma luta em que os ingleses já se consideravam vencedores antes mesmo de começar a batalha, e acho muito provavelmente que nem os colônos acreditavam numa vitória frente aos ingleses.
Os Britânicos eram a maior potencia do mundo naquele momento, tinha a temida Esquadra Britânica, um exército organizado e uniformizado (Jaquetas Vermelhas) e contavam ainda com a ajuda de colonos legalistas fieis a coroa britânica, e um batalhão de mercenários alemães contratados pelos ingleses. Contra um exército de milícias rebeldes fragmentado.
Os primeiros anos de guerra foram de sucessivas derrotas dos N. Americanos frente às tropas inglesas, e só a partir da entrada da França (1778) e da Espanha (1779) como aliados dos N. Americanos mudaria os rumos desta batalha. Com apoio financeiro e militar os norte-americanos finalmente venceriam a guerra contra a metrópole. Sabemos que a França aproveitou-se da situação para vingar-se da derrota sofrida na guerra dos sete anos. E com o ato simbólico da rendição do Coronel Cornwalis em Yorktown em 1781 a derrota dos ingleses foi decretada. Porém só em 1783 foi assinado o tratado de paris, que oficialmente reconheceria a Independência Norte Americana.
“A revolução dentro do estado”
Após a Guerra de independência os N. Americanos sentiram a necessidade de criar um “Sistema de organização Político” adequado a suas antigas colônias, que agora passariam a ser Estados. Com isso travou-se um amplo debate sobre qual seria a organização política do primeiro Estado livre da América. De um lado estavam os Republicanos defensores de um poder central simbólico e mantendo a autonomia dos estados. Enquanto que os Federalistas eram partidários do fortalecimento do poder central. Mas então, qual seria o ideal? Uma República ou treze Repúblicas?
A revolução, pelo menos no seu início, não foi de âmbito nacional, e sim que as colônias apenas se uniram para lutar contra a “tirania” Britânica. Passada a guerra os estados se voltaram as suas necessidades deixando claro que em primeiro lugar vem os interesses do estado depois o da Nação.
Os N. Americanos tinham um medo declarado de ser governado por um poder unificado, e isso se deve ao seu período colonial e ao fato de em sua formação não tivesse nenhum líder religioso ou uma Aristocracia forte o bastante, que possa naquele momento se dizer herdeira da Nação. Por isso a Constituição dos Estados Unidos da América promulgada em 1787, apresentou como solução para equilibrar o poder, instaurando uma República Federativa Presidencialista.
Outro fato da revolução seria a busca e conquista das liberdades individuais como de Religião. Mas estas liberdades serviam somente para uma classe privilegiada geralmente branca, os negros não eram considerados iguais, por isso a constituição não poderia defendê-los. A revolução não conseguiu implantar uma democracia efetiva nos E.U.A pois nem o voto foi direito de todos e também era destinado à classe dominante. Devemos então afirmar que até aquele momento a revolução não tinha ainda terminado, e talvez até hoje ela ainda não tenha chegado ao seu fim.
“A Revolução da Nação”
Quando se fala na Revolução Norte Americana vão podemos esquecer que ela não atingiria a todos da Nação, os treze estados N. Americanos ainda não formavam uma unidade nacional e somente os fidalgos revolucionários, que durante a guerra de independência ocupariam cargos nacionais, queiram a formação de uma Nação. Se para os homens que participaram do processo de Independência o sentimento nacional começa a fazer parte se sua consciência, transformando o pensamento desses líderes como George Washington e John Adams, que passam a se enxergar antes como Americanos e depois como Virginianos, mas era uma mudança que não atingiria a todos.
Em 1780 os fidalgos revolucionários concluíram que a revolução não teria atingido os estados em sua totalidade, e eles continuavam autônomos, e pouco importava os problemas do País. Estes estados continuavam soberanos frente ao congresso nacional e aprovavam leis direcionadas as suas necessidades, mas que acabavam por proporcionar certo descontrole econômico e social que causariam atritos entre eles. Leis estas, que terminariam prejudicando a Organização Nacional.
Por isso os fidalgos continuavam a sua luta para criar uma nação para que os E.U.A passassem a ser respeitado como um novo País pelas outras nações, e também enxergavam na revolução uma maneira de contrabalancear o poder democrático dos estados.

A partir da Revolução Constitucional de 1789 os E.U.A criaram um sistema político simples e basicamente composto por um Congresso com poderes específicos como fixar impostos e criar um exército, para a nação, além de um senado, do qual os senadores teriam um mandato de seis anos, eleitos indiretamente para aprovar tratados e nomear presidentes, enquanto que a Câmara dos Representantes ocupa-se com as leis de natureza econômica. Deste modo também surgiria o poder executivo com autoridade limitada, mas capaz de vetar leis e um Judiciário composto por uma Corte Suprema formada por membros escolhidos pelo presidente e aprovados pelo senado.
Mesmo com todo esse aparato político a Revolução N. Americana não alcançaria os seus objetivos. As eleições estaduais, num primeiro momento, mobilizavam um número muito maior de eleitores, do que os pleitos Federais. Somente após a ocupação de quase todo o seu território (a marcha para o oeste), isolamento de certas áreas e a criação de instituições de ensino, de crédito, Religiosas, além da criação de canais e estradas de ferro é que os E.U.A começariam a criar um sentimento nacional. Mas precisamos saber que esta nação ainda se constituía num país liderado e eleito por “Homens-Brancos”.

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