quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

UMA CAUSA JUSTA



Este relato busca trazer a tona uma reflexão sobre o exemplo a ser seguido da luta pela liberdade do negro e a sua afirmação como agente no processo histórico-cultural de nosso país (Brasil). Entretanto não tenho como objetivo fazer uma revisão bibliográfica, e sim pretendo relatar através de uma análise um aspecto que para mim foi de fundamental importância, porque consegui construir um melhor entendimento do contexto social no qual estou inserido. A resistência negra na luta contra a opressão. Porém sei que seria impossível esgotar o tema através desta simples análise.

Essa resistência, de que falo, era feita de diversas formas, a mais conhecida delas é o Quilombo. Ele representava a não submissão a um sistema instituído que se fundamentava numa sociedade escravista. Tratado como uma mercadoria, e combatido de todas as formas, em todos os níveis de tentativas de readquirir a sua liberdade (MOURA, 1987, pag. 24), eles não viam outra maneira se não de rebelar-se contra a “tirania”. Tanto é que Palmares (o mais famoso dos Quilombos) tornar-se-ia o símbolo do movimento negro.

Outro fator de fundamental importância para esta reflexão são as religiões afro-brasileiras, que foram componentes ativos na formação da identidade deste “povo”, bem como influenciador nas formas de resistência exercidas por eles. Devemos salientar que essas religiões resistiram ao processo da Inquisição, e se construíram num ambiente profundamente discriminatório e hostil a qualquer religião que não seja a oficial (Católica). Um fato que colaborou com a sobrevivência da religião afro foi que num primeiro momento a religião católica não reconhecia o negro como um “integrante do reino de deus”, fazendo com que, os afro-descententes buscassem nas suas raízes africanas as suas crenças. Mas devemos saber que não se formarão religiões fundamentalmente africanas, mas sim religiões afro-brasileiras, devido ao fato de que o contexto era outro, e as respostas as suas necessidades deveriam também ser outras. Um fato curioso de ser lembrado é que o Rio Grande do Sul, que tem a sua imagem vinculada a um estado branco, é onde se encontram os maiores números de “terreiros” do país. Aí podemos ver que a história quando fica vinculada a aspectos políticos e econômicos mostra-se incompleta, e que a cultura revela significados que só ela preserva.

Portanto o meu objetivo neste breve relato foi mostrar que a história dos afro-brasileiros é um exemplo de luta contra a opressão. E se o nosso país não fosse tão discriminatório, poderíamos estar hoje em melhor situação e que se a causa for justa é válido lutar por ela. Digo isso porque eles sempre lutaram sozinhos e nem por isso desistiram, enquanto que todos estavam sendo explorados (brancos, negros, índios, pardos, etc.), a opção foi sempre marginalizar o negro e unir-se ao pensamento dominante, tudo para que se mantivesse as “estruturas opressoras”.

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